quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

The Dream







"Isso não pode ser real!
Isso não vai ser real!
Isso não tem como ser real!
Isso é real?"


Tudo passava na minha cabeça naquele momento, lá estava eu, finalmente quebrando a camada tempórea, usando algo qualquer como minha nave ao passado, voltando...por amor.


Lá estava ela, com seus belos cabelos vermelhos, mas ela não me conhecia, mas um tinha uma pequena vantagem por saber o que lhe aconteceria no futuro, e infelizmente, o que iria lhe acontecer, não era bom, nem p´ra mim e muito menos para ela.


Eu a conheci naquele instante, gelo e fogo tomou conta de mim naquele instante, ela não me entendia, o que afinal eu queria?
O que doía mais era o fato de que eu não podia revelar que eu conhecia teu futuro, e que era ela meu único, maior e platônico amor, pois caso eu falasse tudo, o universo inteiro desabaria, e voltaria assim à condição comum, voltaria à estabilidade.


Eu tinha pouco tempo, irmãos, eu tinha pouco tempo!
Em poucos instantes, segundo uma desgraçada, exatamente 38 segundos, tudo aquilo iria universo abaixo, e eu precisava de alguma maneira convencê-la que haviam melhores saídas do que aquela que futuramente a minha amada tinha se dado.


Eu falara com ela, com calma, ela me olhando com aqueles belos olhos castanhos...eu sentia seu olhar vago, entristecido, decadente. Eu só queria que ela me entendesse.


Chegamos a um ponto que finalmente consegui sua atenção, e uma pequena parte da sua confiança, tentava lhe dizer tudo o que o futuro iria causar, eu queria ela...comigo, num futuro não tão distante, onde talvez poderia haver um 'nós' ao invés de um tenebroso e sozinho 'eu'.
'Venha comigo', eu dizia, e ela como sempre cética, e como uma real seguidora de nietzsche, contestava tudo e todos, desde minha atitude até as boas e velhas questões existenciais.
Eu só queria salvá-la, entendem??
Eu só queria que ela tivesse mais uma chance, e sem querer me gabar, ou me transformar em herói, eu voltei por amor, ignorando tudo e todos, e consegui este presente, este dom.


Não sabia mais como agir, mas eu já tinha sua atenção, o bom é que ela era igual eu, e não se importava com aparência em si, a atração acontecia, cada vez mais e mais forte, e eu tentava trazê-la, o problema é que minha nave só cabia um, mesmo nós sendo um só, e o futuro ter parte nessa atração, o universo não entendia muito bem o peso e o tamanho que seria transportado, logo, eu precisava agir ali e rápido.


Tenho apenas mais alguns segundos, mas pelo menos os segundos que temos em sonho equivalem a mais do que o temp ode uma vida longa na terra. 'EU DAREI A MINHA VIDA PARA SALVAR A SUA', eu dizia, ela não entendia, e eu não podia me aprofundar mais, senão tudo aquilo estava acabado.


O tempo começava a tremer, o universo começava a ficar extremamente instável, apenas em soltar simples palavras, eu tinha medo, mas era por amor, e eu não iria deixar ela ter o fim que teve,  eu iria até o fim, fosse ele qual fosse, e como calígula disse à Deusa vênus ' Deusa toda poderosa, me leve, mas poupe-a", eu dizia para o nada, eu dizia para mim mesmo, eu rezava essa palavras em silêncio.


Ela olhava p´ra mim e dizia "O que você tem?"
Eu retrucava, dizendo: "Nada, só quero que você confie em mim."


Era tão real, tão lúcido, tão vivo, eu estava perto, bastava uma palavra, ela estava confiando em mim, mas, depois de muito, no momento crucial, uma lágrima escorreu do meu olho esquerdo, eu não aguentava mais, ela perguntou porque eu tava chorando, eu apenas disse: "Confie em mim, confie em  mim".


E esta foi a carta deixada pelo triste guri. Guri cujo qual não está mais entre nós, levaram-no, intacto ele não sairia, porém, Ela, a guria, foi poupada.


Troca justa?

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