domingo, 23 de agosto de 2015

Prelúdio do Fim - Destruição (Parte I)




Inconstância sempre me definiu...
Tenho sido um crônico "wanna be", e sair do território da morbidade tem sido cada vez mais difícil.
Agir sem pensar frente às tarefas, hábitos e afins talvez seja a única forma de realizar alguma coisa.

Sei lá, estou simplesmente cansado do que penso, ou do que escrevo...
Sempre a mesma coisa, e no fim iludo a você e a mim, fazendo com que você me convença que eu não sou um otário tirando onda. 

Viver em negação carrega consigo a dor da incerteza, e cheguei à conclusão de que a pior das certezas ainda é melhor do que a melhor das expectativas. Tenho andado cada vez mais cansado dos meus pensamentos viciosos, dos quais ultrapassam qualquer grau de cinismo e otimismo, levando ao grau utópico, fazendo com que eu cada vez me encontre mais bloqueado, mais parado, mais mórbido.

Meus pensamentos, meus sentimentos, meus movimentos; se eu me deixo levar pelo falso instinto, como um autista, me fecho no meu mundo, e construo palácios, castelos, belos jardins, desgraçados infernos, abençoados paraísos, tudo isso dentro de mim, e o pior disso é não achar meios pelos quais colocar toda essa merda fictícia, e ao mesmo tempo, real, p´ra fora. E por meio deste, venho trazer a você, e a mim tudo isso, finalmente às vias de fato. Bem, se me deixassem fazê-lo a vida talvez seria melhor. Espero que eu volte com inspiração. (SINTO ÓDIO NESSE MOMENTO).

Bom, retomando, chego à conclusão de que, o fato d´eu estar "sempre à disposição" é uma bola de ferro no meu pé, e isso faz, sem dúvida, meu bloqueio perdurar, mas não se pode entrar nesse mérito quando encontra-se apenas em uma manhã de domingo, e mais ainda quando se está apenas no começo de um texto com uma temática completamente diferente. 

Gostaria de ir fundo no meu ser, e achar as raízes de cada um dos meus mais escuros pensamentos, dos meus mais humilhantes fetiches, das minhas mais sensíveis vulnerabilidades, no mais, gostaria de saber onde nasce a "palermessência" do meu ser. (Sim, brinquei com palavras, às vezes o faço, e também, beijo teus versos, e faço amor com tuas estrófes). 

Mas, vamos refletir, será que estamos (sim, mudei para o coletivo, afinal, creio não ser o único a ler esta merda, apenas creio), será que ESTAMOS preparados a lidar com nossos mais selvagens demônios?
Nos pouparei dessa vez do "inovador", do "falar bonito" e de todo o "palanque" que outrora coloquei em prática, estou muito cansado p´ra isso.
Não é viver em esquizofrenia, nem proselitismo, mas, interpretar diversos personagens dentre a própria existência, e assim, agir inconstantemente por sobre os dias é um dos pontos principais em ser um "wanna be", pois quando a ficha cai, o desgaste é cinco vezes maior, e nos revoltamos conosco por termos gastado tanta energia com auto-afirmação. (Minhas dificuldades em interagir com o próximo faz-se explícita inclusive quando escrevo, percebes? Ora falo no coletivo, ora no individual, talvez o leitor se identifique comigo, talvez eu me identifique com o leitor, ou talvez até eu me identifique comigo mesmo e seja o meu próprio leitor, pois talvez eu seja um personagem nesse momento, uma vez que já interpretei tantos personagem na minha existência que já não sei quem sou).

Mas, voltando ao tema e à solução que mais quero preconizar, gostaria de discutir com o meu personagem (que não é o Henry, ao menos para este eu tive a dignidade de dar uma existência própria, forte), gostaria de saber o por quê de nascerem tantas bizarrices dentro do nosso próprio ser, e como permitimos a origem de tais sensações ocultas das quais agem sobre nós como um orgasmo e a seguir fazem encararmo-nos como os seres mais patéticos do Universo? Onde, quando e como isso tudo começou? (Incrível como antes de gozar tudo e qualquer coisa é simplesmente incrível).  
Devo eu desnudar o meu espírito e a minha essência e, assim, encarar os meus próprios demônios? Tenho eu bolas p´ra isso?!
Devo eu finalmente parar de escrever por ego e finalmente fazer algo que preste? 

Fase 1 - Aceite suas limitações. 

"There would be headlines in the papers. Even the grown-up gangs who ran the betting at the all-in wrestling and the Barrow Boys would hear with respect of how Old Misery's house had been destroyed. It was as though this plan had been with him all his life, pondered through the seasons, now in his 15th year crystallized with the pain of puberty."

["The Destructors" by Graham Greene]

domingo, 24 de maio de 2015

A Rebelião


E diante o abismo de incertezas do qual somos frequentes vítimas, faço a seguinte indagação: "Tens noção de que tu és?"
Qual a razão de tanta incerteza, ou de tanta impulsividade, ou até de tanta inconstância? 

Leve e confusa introdução me fazendo adentrar a minha confusão, e nela vivenciar o ápice do ser não sendo...
Mas, espere um minuto!
Como fugir de si mesmo?
Pois digo-lhe, não conseguirás! Nem mesmo sob prática ilícita...
O que podes fazer é aliviar o ônus que tu causa a ti mesmo momentaneamente, logo, nada mais estaria fazendo do que armando uma fuga, e outra, e outra, a ponto que teu corpo te cobrasse..
Porém, a conta chegará, e aí? Como fugir do pesado, surpreendente, entediante e perigosamente íntimo "eu"? 
Comprar outra fuga como solução? Suicídio em vida!
Vivenciar-te é o pleno a se fazer, uma vez que até a tua sanidade lhe parece confusa, e sua confusão lhe parece suficientemente sã...
Fazer de ti teu amante, teu confidente, teu mais perigoso inimigo e ao mesmo tempo melhor amigo...
Como definir tudo isso?
Não lhe cansa parafrasear paráfrases decadentes!
A arte de vivenciar o depois antes do presente, e sofrer com o passado. Anote o exemplo...
Dormir ansiando pelo amanhã, acordar ansiando pelo sair, encontrar alguém ansiando por foder, foder ansiando por fumar, fumar ansiando por comer, comer ansiando por ir embora, ir embora ansiando por dormir, e dormir ansiando pelo amanhã. Tudo isso sofrendo a cada investida de suas memórias.
O OITAVO CÍRCULO DO INFERNO! :D

ENLOUQUEÇA!!!!
Se permita sumir por um minuto, sequestrando a ti mesmo!
Faça esse minuto durar uma existência inteira dentre o teu universo!
CONHECE A TI MESMO!!!!!!!
Um minuto de piração não o matará, mas o ajudará a compreender tua própria compreensão...
Um minuto louco lhe fará são dentre a paranoica existência da qual paira sobre ti!
É preciso perder o controle para retomar o controle, e de paradoxo viver para que possa entrar em coerência para consigo, e assim não perder a harmonia e o equilíbrio com os que estão à sua volta, uma vez que a solidão nunca encontrarás. 

Doce e pura solidão em esquizofrenia...
Me explique essa máxima, por favor?
Entende o que quero dizer? :)

..."e no final, assim calado, eu sei que vou ser coroado rei de mim!"
QUE IRONIA ESSE TRECHO TOCAR ALEATORIAMENTE NESTE MOMENTO, NÃO? HAHAHAHAHAH...

E assim, aparentemente sozinhos, em um momento de calma e oração, vamos retomando o equilíbrio, e tentando, com o surto que o universo nos concedeu, entender alguma coisa deste abismo de incertezas, buscando o reequilíbrio entre átrios, ventrículos, ritmo, frequência, sinapses, aferências, eferências, atividade cerebral...

Respire...
Seja.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Tanto Faz

Ahhhh, os começos...
Benditos começos que me tiram o fôlego e dos eixos...
Começos que me fazem ir direto p´ro final sem atingir o meio, o aprendizado, a adaptação e a glória.

Não ficarei aqui supervalorando este carrapato que suga minhas costas inteiras, porém, o farei sob protesto.

P´ra adentrar minha inadentrável, sã, insana, paradoxal, falsa e verdadeira mente preciso lapidar a atmosfera da mesma até o ponto em que eu possa tocá-la levemente, e que ela me (nos) dê confiança e se permita prosear conosco.
Neste instante faz frio, mas o frio que faz não é aquele que o calor material elimina...
...é o frio que vem de dentro...
...não anatomicamente, mas transcendentalmente...
Uma pureza tão grande que me assusta...
A pureza da rotina aplicada e todo o mal que traz consigo. 

Eis meus dilemas morais e doutrinários: SIM, EU ENTENDO SER UMA QUESTÃO DE APRENDIZADO, porém não consigo consentir com o fato de minha vida estar se esvaindo de forma tão penosa.
Talvez eu não tenha do que reclamar...
Talvez eu esteja exagerando...
Talvez eu "seja um privilegiado"...
MAS, TALVEZ NÃO...
É certo que não!
É deprimente deparar-se com tamanha falta de motivação. É deprimente não ter tesão de olhar p´ra frente. No mais, é deprimente deprimir-se.

Vamos! Vamos pirar! Nem que seja por alguns segundos! Vamos viver a velha vida, onde a motivação, mesmo que o fato que a impulsionasse fosse podre, exista e cresça dentro de nós!
Vamos lembrar de tempos que achávamos que éramos infelizes, porém hoje achamos que era o máximo!
Engraçada essa supervaloração da qual aplicamos ao passado, não é?
Há 10 anos tive o pior ano da minha vida, mas hoje sinto falta de como me sentia...
Há 9 anos a vida era um lixo, as pessoas, COMO SEMPRE, cheias de merda, mas alguns momentos teimam por ser revividos dentro da minha mente imbecil...
Há 8 anos as coisas não eram tão boas, mas me sentia mais livre, aqui percebo que, HOJE, relembrando, as pessoas têm quase peso zero, e a vontade de reviver é maior do que o nojo de estar circundado por merda, PESSOAS DE MERDA.
Há 7 anos, problemas haviam, mas foi um dos melhores anos da minha vida, diariamente relembro, ouvindo músicas e olhando objetos dos quais já estavam aqui.
Há 6 anos, a farra era imensa...E AQUI CLARAMENTE PERCEBO, SEMPRE HAVERÃO PESSOAS CHEIAS DE MERDA, A ÚNICA COISA QUE VARIA É O PESO DAS MESMAS... ;) Boa época, boa época.

Poderia definir esse passado em poucas palavras até o agora, porém, onde quero chegar?
Como eu li uma vez, acho que no facebook de uma amiga chamada Samaya, quando lembramos, rapidamente nos abstemos de toda a merda que vivemos, e as boas lembranças é o que nos marcam de maneira mais acentuada. Engraçado, isso contradiz uma das mais comuns regras do pensamento humano, sobre algo ruim pesar infinitamente mais do que algo bom; bom, aí me pegou, porém, percebo que ao sentir a nostalgia, o sentimento, INEXPLICAVELMENTE DELICIOSO, é mais forte do que A MERDA QUE SEMPRE NOS CIRCUNDOU; e hoje é diferente, valorizamos A MERDA, se é que me entende, MAIS DO QUE TUDO, e possivelmente, daqui a 2 anos sentirei falta de agora, assim como nunca imaginei que iria sentir saudades de 2013, e bem, adivinhe se não sinto... ;)

Porém...SEMPRE, O TRISTE E MALDITO PORÉM, dessa vez tá foda, a vontade de viver se resumiu por apetite. Engordando, adaptando, "rotinando", vivendo, envelhecendo; não somos nada mesmo; e o momento é assustador, vou parar de escrever por aqui pois começou A Escrava Isaura.

R.I.P, Rafi Diaz.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Atrofia Moral (Lost Stuff)

Em Algum Lugar no Tempo e no Espaço:

"Começo 'aquilo que nunca ninguém vai ler' receoso, mas não...[me lamentando]...eu não conseguiria mentir para mim mesmo, e muito menos p´raqueles que talvez vejam esta, que talvez seja, talvez não, a nota  mais ferina que já revelei para mim mesmo...[o problema é que, talvez, não, mas, certamente, eu não seja suficiente NOT ENOUGH!]. Quem dera fosse tão simples assim...
Pensar, digerir, escrever...
O mais comum é que haja um maior pudor em despir tua mente ao invés de simplesmente despir teu corpo, principalmente sendo para vós.
Lhe Cumprimento com esta citação primeira...:"Isso não é amor, mas medo de ficar sozinho!"...
Por que a maldita necessidade de ter alguém para tu dependeres? Por que tanto medo de si e de ficar consigo e unicamente para si?
Certa vez me disseram: "XXXX, lembre-se de que para se atravessar um rio, talvez a canoa não seja necessária, conseguirás ir nadando."
Bem, esse pensamento aterroriza os miolos de vosso caro narrador, pois a impossibilidade e a deficiência afetiva corrói a mente do mesmo - creio que não só do mesmo -.
Tantas perguntas são feitas. 
Tantas perguntas não são respondidas.
Agora és tu e tu, dentre um mundo infâme, mas visto como "normal" aos olhos dos "normais", cujos quais são abençoados por tal "normalidade". Podres e infâmes digo eu! Ai de mim! Ai de vós! Não! Talvez feliz de vós que me veja como um pobre inocente num mundo de fantasia. Mas, nos controlemos, ou pelo menos tentemos fazê-lo, uma vez que não haverá "normalidade" dentre nossos dias e noites, e que assim falseemos um falso equilíbrio. Mas o que é equilíbrio?
Sabe, creio que filho da puta algum possa generalizar a verdade sobre o mesmo!
Cada um tem o seu equilíbrio...
Não há nada mais subjetivo que o equilíbrio!
E ai de nós, os incompreendidos e apaixonados, que nos doamos de corpo e alma a alguém que não nos corresponde!
Metamorfose de equilíbrios, nascendo-se assim os que não sentem, pois as terminações nervosas dos que já houveram de ter a sensibilidade hipertrofiada foram todas necrosadas! Encontrando-se assim o estado de atrofia afetiva. Normalidade. Censura moral. Atrofia moral..."

Henry