sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Castelos de Areia



“I moving pass the feeling…” (8)
Sexta à noite...
O som é the suburbs...
Arcade Fire!
Uma das raras novas das quais eu posso ouvir...
...e claro, sem lembranças...

Bem aventurados aqueles que não associam música a ninguém, mas só a si mesmos!
Pois, assim, só quererão matar a si mesmos quando ouvirem um som insuportavelmente familiar. Pensando melhor, mal-aventurados os que sentem, e pior aventurados os que não sentem...
E o tempo?
Bem, este implacável, inexorável e traiçoeiro...
...vai passando aos nossos olhos, deixando-nos sua marca. Escapa de nós como a água que tentávamos segurar quando crianças na piscina, que vaza entre nossos dedos.

O sal das minhas lagrimas compõem o oceano Atlântico...
A minha amargura mata o mar morto...
O fim é o começo...
E o começo...uma ilusão...
...tudo se desfaz ao ponto que o tempo passa, exceto aquilo que foi intenso o suficiente para estar irrecuperavelmente dentro de ti.
Associando novamente à praia, a frustração ocorre quando comparamos, e percebemos que há grande semelhança entre os grandes fatos de nossas histórias a sensíveis castelos de areia...
Ocorrendo assim a deterioração daquilo que, com tanto cuidado, tentamos fazer nosso...
Assim, aquilo foi soprado, para sempre...
Deixando em cada canto esquecido pelos dias o pólen do que foi um dia a mais bela flor de todo o bosque.
Deus está no vento...
Tu estás no vento...
Como uma onda quebrando em ti, o princípio vital do que sentira transpõe tua essência transcendente...
Fazendo-te sentir aquele sentimento de não saber o que tu está sentindo.
...e o vento vai...levando tudo embora... (8) (LEGIÃO)
Mas...
Apenas entendas o que quero lhe passar...
Pois tu é meu homem de confiança...
Tudo seria uma ilusão?!
Um vazio entretenimento do qual a linha do horizonte se perde em teus olhos?
Quão grande és o Universo!
Quão pequeno tu és!
Quão pequenos somos nós!
A anatomia do átomo convaslescente.
Consciencioso você!
Pois ainda preserva em ti toda merda pela qual passou, e ainda realiza um suspiro amargo de quando em vez.
Amargo e salgado!
Salgado como o mar morto...
Matando qualquer tipo de perspectiva...
Corroendo-te...
Matando-te por dentro...
e a você cabe, apenas, juntar os pedaços, pobre infeliz...
Tu juntas os pedaços que já compuseram o mais feliz dos infelizes...
...infeliz este que, por um minuto, deixou-se enganar pensando que serias feliz...
Mas não! Tu não terás tal felicidade!
És tua sina!
Carregas isso no próprio pólen que um dia houve de ser transcendente.
O estigma que traz contigo, tu traz no peito!
E no olhar! A marca de que já sofres-te. 
E que não diferente de qualquer átomo, és levado também pelo vento...
Misturado, assim, ao pólen de todas as flores que, pelos cantos, jazem, tristes.
Como recompensa final tu tens a visão perfeita das flores que estão no ápice do vigor, e das que ainda hão de florescer, mesmo que estas encontrem-se ainda dentro de ti.

Assim, os dias vão passando, reduzindo tuas lembranças, e aqueles que estavam em tais lembranças, vão desaparecendo aos poucos; cada vez mais; um ciclo do qual tem de existir para que sigamos em frente, recosturando, assim, nossa pele, reconstruindo cada pedaço quebrado. E tua essência/pólen? Bem tua essência adquire uma aparência calejada,  fazendo com que cheguemos à conclusão de que a cada nova experiência somos uma pessoa diferente.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Changes

Sobre o bem-estar repousa a doce adrenalina transformada em calmaria...
Cada átomo vem a ser mutável, assim como cada destino, portanto não se prender àquilo por muito tempo, e se conscientizar que tudo pode ser alterado vem a ser uma das mais valorosas virtudes humanas.
O próprio desapego deve ser considerado. Ninguém é de ninguém, nada é de nada, somos apenas conjunturas expostas a diversas provas e espiações. Mas, fique atento, não é este o tema, e digo mais, o tema não é um tema, e sim um emaranhado de tudo e de nada ao mesmo tempo.
Repousando sobre o chão sou um grão de areia, um grão de areia transformado em um emaranhado de traumas e paranoias, ao mesmo tempo que sou tudo, sou nada, estou no vento, na luz, no som, eis uma rara qualidade, a de poder estar em tudo e em todos, mesmo não estando, sendo assim, mais uma vez, automaticamente mutável, pura metamorfose.
Sem mais delongas, chame-me de paradoxo instável, minha função é confundir a mim mesmo sendo o contrário do contrário, o avesso do avesso, ou simplesmente um nó, que mesmo depois de desatado continua sendo um nó. O que fazer agora, meu caro? Pegar mais um cigarro e refletir sobre isso? Fingir que nada aconteceu e ir ver o jogo? Ou melhor, continuar aqui escrevendo incessantemente? Quem liga?! Por que fazer de toda situação uma Santa Inquisição? Deixe o tão dito destino mutável definir-te, e o mais importante, se deixe existir, se deixe ser, sem medo de rótulos, medos ou inseguranças, no mais, esteja, nem que por um segundo de tempo, suspenso a tudo e a todos. 
Eu não preciso de nada para escrever, apenas do simples e do básico, o materialismo fica por conta dos esnobes. E com esse meu doce pessimismo venho ler a tua mente, por frases e poesias alternativas, sendo este o meu veículo, e assim, fazer você encarar a mais pura realidade, transformando o teu realismo  em pessimismo, sendo esta a mais notável das mudanças. O fato de questionar a vida não faz de ti um mal sobrevivente, ou um desalmado, mas alguém que ama tanto a vida que a respeita a ponto de considerá-la, e que deste modo, não se conforta, não caindo no conformismo clássico. Fique atento, questionar não é desrespeito, e sim uma lacuna importante do ciclo vital de cada universo (ser humano) que, infelizmente, muitas vezes é deixada para trás, sem pudor, levando assim a uma vida ordinária, fazendo da vivência uma mera sobrevivência.
E ao som de Cícero venho despir meus pensamentos para ti, uma intimidade que nem os deuses podem sugerir. Não é preciso mutilação para abrir teu peito e tua mente, basta se permitir conhecer a anatomia do teu pensamento, e assim dissecá-lo, podendo se ver sem os filtros impostos pela consciência, conhecendo-te, irmão, conhecendo-te. E que não cometamos mais o pecado de ignorar o que sentimos, ou pior, culparmo-nos, sendo este o desencadear de uma série de omissões, transformando-te num mero cordeiro da sociedade. Não prego aqui, neste momento, a revolta contra a sociedade, mas contra nós mesmos...E lhe adianto, seremos livres assim que perdermos o medo do desconhecido e termos colhões para nos surpreender. Se permita, sem pudores, ao menos nos teus pensamentos, e sinta a tua doce metamorfose.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Pudores

E como eu acabei de dizer a alguém muito especial: "Este texto eu vou escrever com a mesma excitação como se eu estivesse prestes a fazer algo nebuloso, sórdido, pútrido, e com toda a imundície do meu ser, e que Sade, APENAS SADE, entenderia", escreverei-o finalmente! Vencendo o bloqueio pelo qual eu me encontrava, será que consigo? Será que conseguirei?
Bem, escrevendo-o eu já estou, e FODA-SE (HAHAHAHAHAHA, O ALGUÉM QUE ME INSPIROU ENTENDERÁ O ÊNFASE DA PALAVRA E A MOTIVAÇÃO QUE ENVOLTA A MESMA!)

São tantas coisas, tantas revoltas, tantas paranoias, tantas brigas pessoais, e tantos sentimentos que sinceramente não sei por onde começar, mas tentarei passar SEM PUDOR o que venho sentindo há tempos.

Olhando para um objeto, fixamente, estando eu chapado ou não, imagino que você estava viva quando eu olhei p´ro mesmo no passado, e isso me traz um sentimento que não posso explicar, e creio que nem em um milhão de anos eu poderei explicá-lo. Você foi uma inspiração meramente platônica, algo que indizíveis palavras podem sequer explicar, e sentimentos terrenos podem sequer chegar perto à divindade que você faz eu falsamente alcançar, apenas agradeço por eu sentir 1% do que eu possa sentir, e agradeço principalmente por eu conseguir expressar em 0,25% de palavras o que você significou. É engraçado como o tempo brinca conosco, vidas que nunca se cruzaram, histórias que nunca se encontraram, no mais, o seu tempo não se juntou ao meu, e não me permitiu te encontrar para eu sequer poder te dizer que tu foi a minha maior inspiração p´ra tentar algo na escrita. Mas não é só isso, me refiro à vida em si, e ao cruel destino que me mantém longe daquilo que realmente almejo, e o mais triste é saber que nunca poderá haver uma conversa, um olhar, uma despedida. 

Porém, não é só isso, é incrível a falta e a valoração que sinto e tenho pelo passado, situações ocorridas das quais tenho vontade de voltar, e reviver, e "re" ser!

Que seja, que seja! Vamos escrever com o maldito impulso, sem pudor, sem medo, sem censura, se permitindo ser apenas o que és! Dói, não é? O objetivo focal aqui é fazer uma maldita auto-análise, sem os filtros do bom-senso que te protegem do que você realmente é, te privando de toda a merda, de toda a mediocridade,  de todo o brilho, e de todo o TUDO que você possui!

Nostalgia, pureza, impureza, ódio, amor, fraqueza, bem-estar, medo, coragem, raiva, alienação, pseudo alienação, tesão, TUDO ISSO ESTÁ INCLUSO! Por que você tem de se privar?
Deixe o bom senso de lado e seja apenas você. Mas o que é ser você?
Sem presunção, você é uma mescla disso tudo, desde as suas atitudes mais escrotas aos seus pensamentos mais brilhantes, desde agir como um imbecil devido à sua libido frente a uma gostosa à ser o cara com as ideias mais brilhantes numa roda de amigos.

Creio que o mais difícil disso tudo seja se ver sem os filtros impostos pela mente nessa guerra que você tem de enfrentar, num mundo onde poucos te entendem e que os mesmos estão cheios de máscaras, escudos, defesas, etc. Bem, num passado não muito distante eu não tinha escudos, defesas e armas, porém, o mundo me embruteceu, e quase sem querer perdi parte da minha essência, me tornando um monstro, assim como todos os outros. Logo, você precisa ser um monstro p´ra viver num mundo de monstros, não?! MAS DIABOS, POR QUE EU ESTOU FALANDO ISSO? P´ra que desabafar sentimentos decadentes?!

Hahahahahaha, nunca saberemos, apenas sei que decadentes são aqueles que não têm algo p´ra lembrar, p´ra sentir e até p´ra expressar, e que se deixaram perder a essência por completo, mas por favor, tente olhar-se apenas por um instante, sem pudores e sem medos e verás que o que tens lá no fundo do seu ser nada e nem ninguém pode tirar-lhe.

Seja o que for, seja você, ou pelo menos tente.