segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Reconhecendo-se (Abrindo os Olhos)





Um tom de nostalgia com saudade, saudosismo! 
De um passado que quase não existe mais, "Eu olho p´ra ele e parece que vai se desmanchar", Corpo. De um "eu" que não mais está aqui entre nós.
Engraçado como as memórias são frágeis, e não surpreendentemente, se perdem com e no tempo, reduzindo-se a pó, um pó que quando entra em contato com a sua alma faz seu coração disparar e o seu subconsciente automaticamente te transferir p´ra lugares que você já esteve, porém, a felicidade é tão presente que os lugares parecem até irreais. Engraçado também como superestimamos o passado, não?!
A sua satisfação, no passado sendo impossível de ser alcançada, neste momento tem um elixir à sua beira. Você não pode contrariar a sua posição temporal, mas pode tentar se transferir para algum lugar incrível dentro de si, que ficou eternizado, p´ra sempre. É como se fosse uma luz extraordinária e ao mesmo tempo pavorosa, que une opostos a fim de fazer-lhe ver, ou sentir, com maior clareza, tudo que não existe mais, porém, que um dia foi sua maior motivação. 
Tempos mudam, ruas mudam, a música muda, e as pessoas também. Entretanto, somos a maior metamorfose que já simbolizou alguma metamorfose. O ênfase, aplicado a nós, não expressa nem resquício do que realmente viramos. É além do que pensamos, do que dizemos, do que sentimos. "Qualquer coisa pode ser a sua nave para o futuro" (Donnie!!!), e eu concordo! 

O momento em que tudo se transforma em um meio de transporte, e você não consegue evitar a sua volta, se vendo, se sentindo, se corrigindo! Uma guerra santa!(Se é que existe guerra santa, ao menos não estou matando ninguém além de mim).

Logo, este sentimento é o maior dos prazeres e o mais terrível dos opostos, fazendo você sentir vivamente a lâmina cortando sua carne pura e indefesa da meninice, o seu subconsciente sendo linchado por humanos que mais se assemelham a animais, seu psicológico reduzindo-se a pó, e você? Bem, você é o resto de todas essas guerras, melhor dizendo, você é a sobra de todas as suas guerras, sejam intrínsecas ou extrínsecas!

Mas, dentro de si você pode existir! E ser o protagonista da sua vida! Fazer a diferença!
Você, que teve de reconstruir-se várias vezes, de recosturar-se, de unir-se em pedaços, e surgir das cinzas, tenho certeza que saberá lidar! Somos de vidro! E somos quebrados, nos quebramos,e de alguma forma nos remendamos, nos "colamos". Assim, ao ressurgirmos, nos tornamos nossos heróis, as nossas maiores musas, por fim, você se torna um deus. Porém, tristemente, seremos também nossos piores pesadelos, mais monstruosos vilões e  mais repugnantes medos! A nossa contra-harmonia, o nosso senso de auto-destruição cresce de acordo com a própria harmonia que lhe floresce. Dentro de nós existe uma seleção natural de inferno, que a cada investida, este maldito está pronta para providenciar planos que tentará o fazer cair e sentir novamente o balde de água fria que tu és.

Você pode ser tudo...
Você pode ser nada.

Você pode ser o que há de mais incrível...
Você pode ser o pior dos monstros.

Só esteja ciente que...

..eles não sabem o que você é.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Auto-Algoz




Dilua-se nos seus pensamentos, fixe-se em você, se perca, se encontre, se reencontre, afinal, isso é uma busca vital. Não suma na co-existência da normalidade, se permita voar, fluir e se diluir no vento. Se fazer em átomos às vezes têm suas vantagens. Desprenda-se, você está pronto...
Como se sente? -César o Mentor pergunta...
-Enjoado, Dionísio diz...
César o Mentor continua: Navegue pelo teu interior, veja quantos oceanos, céus e Luas existem dentro de você!
Se surpreendeu, eu sei que você está apavorado! Você não tinha noção do universo que é você, não é? Há quantos anos você não abre os olhos de verdade? Presencie a sua imensidão interior, sinta o orvalho das suas conquistas, a chuva fria das suas mágoas, e até a luz que você capta pelos olhos...

Estamos passando pelos lagos gordurosos e sujos do teu rancor, passando também pela cachoeira de insetos que simboliza o teu ódio propriamente dito. Muito cuidado nesta parte...
Sabe, Dionísio, não é fácil e nem seguro fazer o que tu acaba de fazer, porém, admiro sua coragem e sua história, pois foi isso que permitiu que viéssemos p´ra cá.
Sinta o cheiro, Dionísio, tudo de podre que tu conhece está por aqui, estamos no ápice dos seus 7 Pecados Capitais. Fede, não é?
Dionísio apenas balança a cabeça querendo sair de perto do local.
Vão embora dali, seguindo a escada emergente que simbolizava consciência...Irônico a consciência ser uma rota de fuga, Dionísio diz sorrindo, e César apenas dá de ombros.
Dionísio, e prepare, pois o que vem pela frente é uma das coisas mais incríveis desse tour por ti mesmo...
Uma luz forte e azul muito claro toma a paisagem, se revelando na coisa mais magnífica que alguém pode ter a honra de ver.
Dionísio parece vidrado. -Parece que tá em outra dimensão hein, querido??! - César o Mentor diz.
Dionísio anda em passos largos, mas é detido pela luz incrivelmente intensa que atinge seus olhos plasmáticos.
Venha! diz César o Mentor, e ordena que se afaste da luz!
Dionísio cai em prantos lembrando de tudo o que perdera, ganhara, realizara e frustrara  com o tempo, e se lamenta cada vez mais por não ter "aberto os olhos" antes. "Quanto tempo perdido" ele pensa, fungando.

Chegamos agora ao quarto das artes apreciadas, dos gostos e afins, diz César o Mentor, com um sorriso insosso. Dionísio olha p´ro quarto convencido por ter um pôster da banda Queen preso à parede e muitos livros que ele entitulava como "sensacionais" à estante.

César o Mentor estava com uma "pedra em seu sapato", ele sabia que guiaria seu pupilo mente a dentro, e temia um pouco pois não havia estudado muito bem as armadilhas, uma vez que Dionísio é muito traiçoeiro.

Passando pelo bosque da fé a da benevolência (duvidosa, por sinal) de Dionísio, César o Mentor diz para Dionísio manter-se verdadeiro e com um pensamento puro. Bem, Dionísio tentou, mas, surgiram prostitutas, bêbados, apostadores, charlatões portando grandes colares ritualísticos. Com isso, buscando alguém p´ra saquear, roubar e até matar, estes resultados plasmáticos da mente sórdida e falsa de Dionísio começaram a encurralar os nossos queridos heróis numa rua sem saída que dava p´ro campo da verdade, que por sinal havia virado um holocausto de boas ações. Assim, matam covardemente César o Mentor em busca de algum item de valor ou até comestível, enquanto Dionísio corre, insanamente, transformando seu interior num caos, elevando a própria vibração aos lugares mais impensáveis da mente. Crianças eram chicoteadas noite afora, a libertinagem acontecia de todos os jeitos, com uma multidão se dando o mais falso e passageiro prazer. 

Dionísio não consegue lutar contra si mesmo, Dionísio não se suporta, Dionísio, por fim, se mata dentro de si , junto à sua falsidade, ganância e falsos e corrompidos valores.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sobre Pensar Com o Pau



E ao som de Maldita, começo este que considero um dos meus textos mais indelicados. Indelicado, mas realista. Incrível como o realismo é encarado como pessimismo, não? Os otimistas são tão cegos que não conseguem sentir o fedor que os cercam!
Ingratos pensamentos estes, que me atordoam, que me massacram, uma verdadeira fratura exposta psicológica, e cabe ao mesmo aqui catar todos os malditos cacos que resultaram de ações impensadas, mal digeridas e até mal dirigidas. 

Percebo cada vez mais que, cada um é responsável imediato e quase absoluto por sua própria dor. 
O indivíduo age e se lesa, teima e se dana, teima mais uma vez e se reduz a pó, seja do modo que for. A auto-estima do ser, se é que ela ainda existe, se torna nula, e vejo que muito disso se dá pelos pensamentos recheados de libido do ser em questão. O fato de vender-se tão facilmente, mudar de opinião, ideais, crenças e ritos por causa de uma maldita boceta. Realmente, é tentador o fato de que, talvez, você poderá comer aquela vadia, porém, o dano é muito mais intenso que o lucro quando nos atiramos dessa forma contra alguém. Pare e pense RACIONALMENTE, e não com o pau duro, a partir do momento que você é "meretriz" de um ser cheio de merda, você se torna algo mais fétido que a própria merda.

Acredito que não vale a pena tornar-se um cabeça fraca só p´ra comer uma vadia ou dar p´ra um babaca. Não generalizando, valorizo as PESSOAS DE VERDADE, sejam homens ou mulheres, mas existem uns tipinhos aí que só querem moral, p´ra se sentirem e depois dar um belo pé no cu dos pobres que estavam babando ovo. E eu abomino essa raça, e meu amigo (a), você se sentirá MUITO IDIOTA por ser dispensado (a) por um desses naipes, viu? E se continuar nessa "friendzone" eterna, você é pior do que eu pensava.

Sinta que o amor próprio está diretamente ligado ao tema uma vez que, ao ser dispensado por um desses que só tem uma porra de uma aparência bonita, o mesmo se reduz a nada. 

Não cometamos o erro de  humilharmo-nos, dar-nos, e muito menos de apegarmo-nos a um desses, pois eles são a escória. É sempre tempo de recomeçar, não é? Então recomecemos nessa merda, e não pensemos mais com o pau, e sim com a cabeça...
E como dizia Bukowsky: "Antes de limpar seu cérebro, limpe seu coração, porra!"
Não nos apeguemos ao lixo, e não nos vendamos. Sejamos nós,  fodam-se os de rostinho bonito e merda na cabeça, e não, não precisamos destes p´ra nada, pare de deixar sua volúpia te enganar.

Quer um conselho?
Quando começar a pensar com o pau, ou com seus ovários, hahaha, se não tiver nenhuma fonte que valha a pena receber teu gozo, MASTURBE-SE. Antes o desejo ficar contigo, do que ser partilhado com a escória.



Ou então, creio que a saída é fingir que não temos uma porra de um coração, e nem uma porra de um pênis, ou boceta, munir-se, e nos valorizarmos, isso sim é qualidade de vida e equilíbrio vital. O mundo tá foda, não está? Eles querem jogar esse jogo, não querem? Se estão com armaduras, vistamos as nossas.

Um brinde à escória, e à nossa liberdade. Libertemo-nos do libido, sejamos livres.

Agora são 02:10. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Uma Conversa

NÃO HÁ IMAGEM QUE PODERIA DEFINIR O QUE VEM A SEGUIR

O que se esperar de uma quinta à tarde?
Lhes confesso que a falta de expectativa tomara grande parte do meu tempo subjetivo, mas, sempre existem exceções, e esta tarde de quinta me mostrou que mesmo dentre a falta de expectativa ainda pode haver esperança, e por que não? Expectativa.

Por onde começar, meus caros?

Tudo começa há muito tempo atrás, onde tive a honra de conhecer um grande homem, um amigo, e até um mentor.

Ele acompanhou boa parte da minha adolescência, e antes do ocorrido em que focamos, já tivemos grandes conversas (nada comparativas a esta última, mas já tivemos acesso a nossos pensamentos anteriormente).

Enfim, ele tinha contato comigo, com minha ideias, com minhas atitudes, e com minhas dificuldades, sejam elas da forma que fossem, porém, nada podia fazer em questão de aspectos que o impedia, mas isso não vem ao caso. Dentre outras coisas, ele acompanhou minha evolução, como ele disse, ou meu regresso, aí vai da interpretação do leitor.

Este amigo, um homem muito inteligente, que tinha grandes conhecimentos, úteis conhecimentos, ABENÇOADOS CONHECIMENTOS.

Não o via há um bom tempo, a rotina nos distanciou, mas eu não poderia deixar uma relação tão bela morrer, seria um tanto quanto displicente da minha parte, até para comigo mesmo.

A IDEIA DE RESTABELECER CONTATO

Estava eu, procurando algo na televisão, e volta e meia sempre dava uma espiada no canal Prime Box Brazil, passam bons filmes nacionais lá, e tenho andado com um interesse muito forte por filmes nacionais, e entre diversos filmes que já vi, tinha visto um pela metade chamado "Corpo", com o Leonardo Medeiros (um dos mais fantásticos atores na minha opinião), e me chamou muito a atenção. Infelizmente, a primeira vez que vi, só vi da metade p´ra frente, e não entendi muito bem. Porém, eu vi ele inteiro outro dia, e sinceramente...Foi um dos melhores filmes que já vi, não só nacionais, mas como um todo. 

O filme se passa em um necrotério, cujo doutor Artur Teller (Leonardo Medeiros) é um dos funcionários, e chega um corpo de uma mulher, extremamente conservado, para ele analisar, detalhes, história, identidade. A questão é, a mulher morreu há uns 30 anos atrás, em tempos de ditadura, e o filme nos mostra com cortes de cena resquícios da vida da personagem, que era uma militante, e paremos por aqui, não darei spoiler, rs.
Bem, isso despertou um grande interesse da minha parte pela época da ditadura. Eu já tinha um interesse muito forte, mas nada havia me despertado para isso tanto quanto este filme. E quem me veio na cabeça?! O meu caro amigo, que em sua mocidade havia sido hippie, tendo educação marxista, um verdadeiro paradoxo aparente, mas, acredite, no final tudo fará sentido. Ele conviveu durante aquela época, e podia, mais do que ninguém me orientar, me informar, e me dizer tudo o que sabe sobre aquele período. Mas, algo no meu subconsciente me avisava que, esta conversa teria muito mais sentido do que simples informações sobre a ditadura, e com isso, eu já estava levemente preparado, repare no levemente, levemente, levemente, levemente (sinta o eco na sua mente).

O CONTATO

Tento contato algumas vezes, eu não tinha o número certo, isso me frustra! E, como veremos adiante, a paranoia tocando na minha cabeça: "ele não quer te receber, ele nem sabe que você existe", isso me apurrinhando do começo ao fim, mas algo mais forte dentro da minha mente tensa dava uma luz sobre isso, e mantinha meu interesse, minha força e minha vontade de correr atrás.
No dia seguinte, com o número correto desta vez, consigo contato com ele, e lhe informo sobre meus planos, sobre meus interesses, e ele prontamente se dispõe a me receber, me informando quando estará disponível, e eu verifico quando poderei ir, sem marcar exatamente o dia. 

ENCONTROS E DESENCONTROS

Eis que surge o amanhecer do que seria mais um dia normal e entediante. A quinta-feira amanhece de forma fria, mas com um tempo firme, típica manhã de Outono paulistana. 
Sigo minha rotina normal, vou à faculdade, entre orações, sono, risadas e lanches.
Saio da faculdade em torno de 11 horas da manhã, um dia que parecia ser um tanto quanto letárgico. No caminho p´ra casa me vem a ideia hipotética de talvez ir na casa do meu amigo, e fico pensando e cismando nessa ideia, o caminho todo, e sinceramente, gosto de atos que não dependem de planificações. 
Decido, irei à casa dele.
Mas, onde é mesmo a casa dele?!
Rua x, número x, onde?!
Ligo p´ra ele, enchendo o saco, perguntando onde é, ele me explica, e eu, dignamente consegui a proeza de me perder no meu próprio bairro, hahaha.
Até que, indo em sentido oposto encontro meu anjo da guarda eterno, minha divina, minha mãe, e ela me leva à casa do personagem real, real personagem, que alterará os rumos desse dia, dessa história, dos meus pensamentos,  e da minha expectativa.

O ENCONTRO, A RECEPÇÃO E A CONVERSA

Chegando à casa dele, sou muito bem recebido, adentro sua residência, e chego ao seu escritório, típico escritório de contador! Até clássico eu diria, SAUDOSISMO, SANTO SAUDOSISMO! Nostalgia, personificação daquilo que não viveu e uma luta por passados mais distantes.

Começamos a conversar, tendo como base café e cigarros, a base dos campeões, hahaha!

Começo agradecendo por ter me recebido, e assim tudo se inicia.

Como melhorar o país?
Eis o dilema, talvez a grande base de toda e qualquer grande conversa.

Melhorando a família.
Este é o argumento do nosso amigo, citando a família como o grande pilar da sociedade brasileira, e eu concordo em boa parte, tendo em vista que a família brasileira está extremamente desestruturada, resultando na sociedade que temos hoje. Falta de esperança, falta de educação, falta de valores, encaramos essa sociedade corrompida diariamente, podendo até ser rotulados como pessimistas (esse rótulo cabendo mais a mim, obviamente). 

Em seguida começamos a falar sobre ditadura. Ele viveu grande parte deste período em sua mocidade, e eu vejo que o mesmo já passou por diversas casas de espírito, tendo inicialmente uma educação marxista, sendo na sua pré-adolescência a fim da ditadura, e na sua mocidade contra, se tornando hippie tempos depois, etc. E é isso que desperta um maior interesse da minha parte, conversar com um cara que tem conhecimento de todos os lados da moeda, argumentando, sem sobrepor sua ideia sobre a minha, mas, enriquecendo a minha ideia, e se permitindo ter sua ideia enriquecida, a fim de construirmos assim um argumento sólido que visa a melhor solução para o problema, não exatamente a solução, mas a melhor definição.

O mais interessante foi, ele já tendo ciência de que eu sou muito interessado por história e tudo o mais, deixei claro que sou muito nostálgico também, e ele prontamente me chamou de saudosista, após eu dizer que gostaria de morar em na AV. Atlântica (Rio de Janeiro), e depois de rir muito, o filme "Meia Noite em Paris" foi citado, eu nunca assisti, mas segundo o meu caro fala sobre um homem que volta ao passado, e a mensagem do filme é a de sempre querermos retroceder à nossa época, e isso me deixou mais pensativo ainda. Fato é, não estou feliz com a minha época, mas eu nunca estaria? Nem em um passado levemente próximo à minha época? Nem em um mais distante?
Pois é, nem tudo foi esclarecido.

Um dos fatos que mais me deixou feliz dentre tudo isso foi a aceitação dos argumentos, tanto de uma parte como d´outra, uma troca justa de argumentos, objetivando chegar a uma melhor ideia do que a primeira. E a primeira coisa que percebi é, é extremante raro você conversar com alguém mais experiente, ou mais vivido do que você e que aceite as suas ideias sem nenhum tipo de sobreposição.

Voltando à conversa, voltando ao Brasil, ele cita a ideia de que, o maior problema do Brasil, além da família é a corrupção, a sonegação e a impunidade, e nisso concordo novamente.

Em seguida exponho: "Deprimente, um país como o nosso, que tem uma herança cultural tão rica, estar neste esgoto que nos encontramos, um esgoto massivo, cultural, educacional, banal".
E ele concorda com isso, contra-argumentando que quem pensava foi calado anteriormente, e que o que temos agora é um resquício da pior parte de eventos passados, por fim, chegando à conclusão que a maior parte do que não prestava foi mantido, e estamos vivendo uma grande consequência daquilo que já passou, e nada positiva por sinal.

Diante tudo isso, verifico que a fusão de assuntos é cada vez maior, e entramos no assunto da saída do indivíduo para o mundo, e nesta questão ele mesmo cita que tivemos muito em comum neste aspecto uma vez que nossas famílias se pareciam consideravelmente na criação de um filho. 
Dificuldades semelhantes, situações semelhantes, o preconceito inicial, a própria dificuldade interrelacional, e neste momento começamos a pensar como um, enriquecendo cada vez mais os argumentos um do outro, e até completando os mesmos.

Palavras, frases, pensamentos, tudo o que de mais indizível foi dito, sem volta nem arrependimento.
Frustrações, predisposições, desejos. Vimos claramente que não vivemos do jeito que queremos, não fazemos profissionalmente o que queremos, mas uma coisa que admiro nele é a felicidade e a coragem com que ele encara a vida. Ele já tem uma certa idade, e isso não o abala, ele sempre foi muito ativo, e contra todos os rótulos ele disse: "Eu não tenho idade, eu tenho o hoje". 

E claro, não faltou boas risadas também, mesmo contra todo o rótulo, evitamos qualquer tipo de idealizações, colocando o preconceito e a convicção como as maiores ignorâncias humanas, porém, neste momento passa um carro com o som alto tocando funk e eu digo "mas isso é uma merda!", e ele concorda automaticamente, hahaha. 
Neste momento eu tive, não que eu já não tenha tido antes, a visão do claro regresso da arte. O que este estilo musical (funk BRASILEIRO) vem preencher?
Antigamente, o enxerto da alma era muito mais concentrado do que é hoje, atualmente as pessoas se nutrem do que tem de mais vazio. E nisso concordamos mais uma vez. A decadência da arte, não que a arte já definida tenha sido afetada, mas a atual praticamente não existe para a massa, afinal, para a massa só é divulgado o que vem a alienar, não é? E nessa ele cita: "Não sou a favor da separação, sou a favor da arte, ele não tem fronteiras, ela une a todos". De acordo...rs

Sobre música, ahhh a música, a verdadeira música!
Chico, Caetano, Jobim, até Secos e Molhados! Tudo isso foi conversado, e deliberadamente analisado, tropicalismo, bossa nova!
Livros!  Fizemos piadas sobre o Memórias Póstumas de Brás Cubas, entre outros.

Chegamos ao ponto da vida vivida em si. Há muito mais p´ra viver do que estar vivo, eu digo. E ele é prova clara disso, diante adversidades ou não, dizendo que o mais importante, e mais difícil também é sempre manter-se feliz, inabalável. Simples no papel, ou no teu monitor, mas na vida é difícil, muito difícil. Ele diz não dever satisfações p´ra ninguém, nem para mim! Neste momento a paranoia volta a me afetar, e pela primeira vez na minha vida, eu consigo abrir o jogo e dizer que isso me afetou, paranoia aflorando, porém, eu consigo ir além da minha paranoia, novamente como um debutante, e dizer que algo mais a fundo me tranquilizara e dizia não ser pessoal, e ele instantaneamente entende aquilo e admira que eu consiga expor algo tão profundo (p´ra falar a verdade até eu me admirei). Chegamos num consenso.

E sobre um som do Secos e Molhados digerimos mais ideias, acalmados desta vez pelo belo som, que quase encerrava esta quase transcendental conversa.

O mais incrível disso tudo é ver de onde começamos e para onde fomos. Analisar detalhadamente o caminho que percorremos dentro de um escritório. Demos 8 voltas na Terra! E não, não pretendemos parar.

E neste momento, eu agradeço pela grande conversa, e finalizo com uma citação do nosso herói:
"A partir do momento que você desconstrói seus conceitos...você é livre."

Créditos: Ismael Braga

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Mediocridade

Eis o que sempre será? 
Um teste? Uma ameaça? Uma maldição?
Qual a razão disso tudo?
Após levar tantos socos da vida, a mesma o presenteia com o mais puro e dito "mais ou menos"?
[...]

Sua sina, sua "his, es"tória é essa, um grande predicado. Uma ausência de satisfação constante...
E sinceramente, neste momento não sabemos mais o que é satisfação.
Nosso subconsciente se apodreceu diante tantas experiências, pessoas e textos apodrecidos.
Um tudo por 2 minutos, e um nada por uma década...
Eis ao que ele é destinado!

Não existe saída, não existe mais nada, a não ser sua constante inconstância. Limitações? Dificuldades? Adversidades?

O que seriam? O que tu és? 
O que diabos eu sou?!

Uma metade destinada a outras metades? Ou até uma metade de uma metade destina a outras metades de outras metades?

Sinceramente, não entendo mais o que tudo isso quer dizer, e não entendo mais sequer meus pensamentos. 

Terceira ou primeira pessoa? Personalidade ou personagem?
Ou até personalidade de um personagem?
Ou por fim personalidade do personagem que tu és?

Tantas perguntas...
Tão poucas respostas...

INCONSTÂNCIA CONSTANTE...

Ele não quer mais desistir, ou está cansado de tentar?
Não se sabe mais o que se passa na cabeça do ser que está destinado à mais pura mediocridade.

O médio, o dito 'mais ou menos', o mais puro 'meia boca'...

Será a história da tua vida?
Será a história da minha vida?

Descobrirei se não morrermos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Refém

A aparição de um dom, a forma como este é desenvolvido e reproduzido...impecavelmente, criteriosamente, detalhadamente, infelizmente.

O corpo dele é normal, o físico...digamos que médio, sua altura, mais para baixa do que para alta. Na multidão ele passa despercebido, é só mais uma formiga a fim de juntar comida. Até porque, convenhamos, ser o pássaro pintado é perigoso, uma vez que a sociedade teme aquilo que é diferente,  como no caso da escuridão, ou até de um clima mais mórbido, que pode servir de inspiração para muita gente, os 'comuns' acham isso coisa de louco, mas, quem é mais louco? Quem procura novas fontes de inspiração, ou quem se acostuma com a doença de ser comum?

"Todo mundo é igual, e ao mesmo tempo todo mundo é diferente" ele pensava, o que mais dizer? O que mais pensar? Ele apenas sabia que não era como os outros...

Seu corpo tornara-se seu meio para alcançar coisas, fazer coisas, criar coisas (à maneira física), etc...O significado de corpo é muito subjetivo, e ele detestava o seu 'meio externo', ele se detestava, uma vez que não se achava feio se achava gordo, quando não se achava gordo se sentia mal pelas malditas cicatrizes que carregava consigo, e assim ia, num processo inacabável de subestimação. 

Porém, sua mente...
ah, sua mente....
Esta ele repudiava!
Sempre estava numa briga consigo mesmo, uma briga ininterrupta, um ciclo de pensamentos quase que viciosos, sempre o atormentando, o matando por dentro, não havia controle, nunca houve para falar a verdade, mas ultimamente ele sentia uma piora muito grande com relação a estes sentimentos que o sufocavam e quase o matavam.

Era um homem suscetível, um homem que prezava tanto a opinião dos outros que se machucava por qualquer palavra mais ríspida ou olhar relativamente torto. A ironia é que, ao mesmo tempo que era muito frágil...ficava muito forte, uma conversa bem focada e de conteúdo importante mostrava a competência mental deste guri, que poucos compreendiam, claro.

Logo, seu corpo era seu defeituoso meio, e sua mente...sua tenebrosa cela.

Do que adianta um corpo relativamente normal, ou até sadio, quando sua mente está doente? Deteriorada?!

Sua paranoia alcançava níveis exorbitantes dentre o seu limite, ele não tinha mais paz, só pensava no seu passado, desde nostalgias a fúrias, planificações certas que deram errado, nas mulheres que nunca mais teria, sendo este último pensamento um dos mais dolorosos, pensando também nas coisas ruins que já acontecera, nas palavras não ditas, nas atitudes não tomadas, arrependimento, paranoia, bullying. Enfim, tornara-se um verdadeiro insone, sentia-se como um zumbi habitando sua carne, nunca pensou que chegaria a este ponto, ponto que segundo ele: Era o mais doloroso da existência humana.

Por fim ele enxergava com clareza que a pior prisão é a paranoia, não há nada pior do que ser refém de si mesmo, e embora isso o lesasse mais e mais a cada dia ele conseguia ao menos expor suas ideias de forma mais objetiva, porém, como todo bom paranoico, acarretou-se sobre nosso querido protagonista uma crise criativa das bravas...motivo: Expor suas ideias!

Neste momento vemos claramente que o problema em questão é multipolar. Ele elimina qualquer fonte de prazer do indivíduo, o deixando assim bitolado, com as piores expectativas vivenciáveis, nunca curtindo o momento em si, e sempre se preocupando com o minuto a frente, a ansiedade acabando com toda e qualquer expectativa.

Paranoia, prisão, desespero, ansiedade, destruição, infinito...

Refém de si mesmo.