domingo, 18 de março de 2012

Em Fogo



Ápice, extremo, êxtase...

Sensações das quais nunca teríamos nem em um milhão de anos. 
A Luz era vermelha, e arrisco dizer, até vermelha neon.

Ali estava ele, assustado, em um mundo onde realidade e fantasia se cruzavam.
À distância o pobre avistava jovens se punindo, se cuspindo, se urinando...

Um mundo onde nada fazia sentido, assim como quando estamos quase entrando no estado do sono em que sonhamos. EU DISSE QUASE!

Não entrara ainda, ainda não.
Aquele pensamento que o impossibilitara de entrar, e de fugir!
Barulhos infernais, tudo o que era de mais bizarro...tudo que ele mais temia, tudo era apresentado a ele, ele não conseguia acordar, isto é, se estivesse sonhando!

Nada mais tinha razão alguma..
Ele corria e avistava pessoas com 7 braços, 50 olhos,  falando em um idioma indecifrável, com máscaras de oxigênio, e isso sem falar nas larvas que o devorava.

Ele em pânico conseguiu misteriosamente voar, conseguiu cuspir uma substância que era de uma cor que em vida ele nunca tinha visto.

Era um mundo no mínimo estranho, ele estava se adequando talvez, nadando em lençóis, pulando com extintores, matando a si mesmo e continuando vivo..

Entrando no sadismo, ele fodia uma porca com toda a sede que sorvera seu leite, e até seu suco jovial. A porca virara a deusa Ísis, ele havia fodido uma deusa, ele se tornara um deus. 

Glória ao Caeser!!!!
Glória ao Caeser!!!!

O que mais vale a pena?
Ser rei em um mundo de aberrações, ou um louco em um mundo de pessoas normais??

Logo, os normais seriam aberrações?
Logo as aberrações seriam os loucos?
Os loucos seriam normais???
Por que você só avalia os 4 dedos que vê?
Por que você não avalia o conjunto da obra??

Por que você se questiona tanto??

Cuspa sangue, alimente o seu inferno astral, goze na cara, pura cunilíngua, você agora é um rei, Caeser!!!

Já sei, talvez estamos no império romano!!!

...e qual a diferença do império romano para a atualidade???
Qual a maldita diferença??!
Uma vez que somos torturados com palavras e olhares, e mortos com pragas e desgraças que os ditos 'normais' nos jogam!

Seu time perdeu!
Amanhã você tem aula!
Amanhã você tem trabalho!

Amanhã, amanhã, amanhã!!

Foda-se...
Bebo a tua urina...
Engulo teu sangue!

Viver como aberração!
Em fogo, em fogo eu viverei!

Assim como Calígula, o meu querido Caeser!
O Caeser dos Caesers!!!!

A maldita vida continua...!

Em fogo, novamente..
Uma maldita bola de fogo entra em mim, voltando ao meu maldito sonho, volto ao nada, e do nada me crio novamente, e assim indo e vindo, vindo e indo...sucessivamente, como a maldita Phoenix!

Estou em fogo, meu corpo transpira!
Assim como sou tudo, não sou nada!!
Não entrarei no maldito Niilismo não...fiquem tranquilos, palermas!
Sou seu Caeser, assim como sou apenas um grão de areia!
Eu não sou nada, nem eu posso sequer suportar a mim mesmo.

Você tem de perceber que você é um inútil, e que nada que você faz viverá para sempre! 
Inclusive, talvez os seus atos durem mais do que você...!

Logo, sou o Caeser!

E me matarei!
Uma morte digna para uma vida patética!

Me coloquem fogo, soldados!
Eu imploro!
Sou uma aberração agora, assim como vocês...eu me transformei!

Acordando..................................
É Blutengel!

E lá vou eu para mais um maldito dia!   -.-

quinta-feira, 15 de março de 2012

Processo de Destruição Vital

A música começa a tocar. É Blutengel! E no ápice do meu sono sou acordado, impiedosamente, para mais um dia. Levantar da cama nunca foi tão doloroso, tão desanimador, tão, tão, tão...deprimente.
Fico mais uns 5 minutos na cama, mas nada além disso, e com minhas dores e enjoos matinais levanto, mais um dia para se apodrecer, mais um dia desperdiçado de nossas vidas (I´m Rafi´s Wasted Life), mais um dia para se matar involuntariamente, para ser pisoteado, estraçalhado, fatigado. 
Bem, primeira etapa concluída, agora vamos ao banho e à deprimente tarefa de escolher alguma roupa em plena manhã.
Frio, muito frio, porém infelizmente isso vai mudar, pois nesse país, cujo clima é um lixo, eu fico grudando e agoniado em questão do maldito calor.
Saindo de casa com o meu velho, de carro chego à faculdade, onde gasto muitos ATP´s. É um lugar legal, porém dia após dia após dia após dia você começa a questionar e principalmente a se questionar por que a vida tem de ser dessa forma. Estômago judiando, corpo esgotado, mente acuada e castrada, bem é assim que me sinto. Um cigarro, dois cigarros, e assim apodreço, aprendendo coisas, perdendo coisas, sentindo coisas. A rotina assim segue, e após pesados e longos estudos vou para o escritório do meu pai onde almoço e talvez consigo pouco de sossego, apenas lamento por durar tão pouco.

O estômago continua judiando, meu corpo sente, meu corpo não age mais de acordo para comigo, ele dói, ele está sendo maltratado, jogado aos vermes, o sol queima minhas costas e minha cabeça. Estou suando em bicas, e chego ao escritório. Estômago piora e melhora, melhora e piora (I´m Rafi´s instabillity). Tomo um banho, como uma junkie food delícia, como mais junkies foods ainda e assim meu corpo vai se tornando uma aberração, e meu organismo uma monstruosidade.

Após esse grande baque, vou para o trabalho, onde mato a desgraçada da minha tarde inteira. 
Chegando no lugar, fumo um cigarro, embaixo de um sol maldito, entro, passo a maldita catraca, subo pelo maldito elevador, cumprimento as mesmas pessoas, faço as mesmas coisas....e simplesmente não muda, sabe? Pausas controladas, mesma função, mesmas conversas, mesmo sono, mesmo tédio.

Após cumprir a minha pena diária, e cheia de ansiedade, saio do lugar, ansioso novamente, me despeço das pessoas, pego o metrô, e na estação fumo mais um cigarro. E assim pego o ônibus, passando extremamente mal por alguma razão desconhecida, o suor nas minhas costas não me deixa mentir.

Muito calor, estômago pesado, cansaço, sono, sensação de perda de tempo, tudo vem junto...e o mais duro é no fim do dia quando me vendo para o computador, onde passo suas últimas horas do dia.

Logo, a rotina é um processo eficaz e incrível de destruição vital.
Pensem comigo...

A destruição é frequente, e rotineira...principalmente rotineira.

E a vida continua se esvaindo.


Uma grande rotina, e ao fim dela...morrer. 


Eu não sou daqui.