terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Outra História Cemiterial




Aprendam comigo crianças, o consumo excessivo faz um artista notável, seja este vício qual for, no meu caso, hoje excepcionalmente, foi kinder bueno e chá de limão gelado, engraçado, não? rs

Mas, vamos lá...

"- Olha, nem andar de escada rolante ele sabe"- Disse Maria para mim, com aquelas bochechas gorduchinhas de criança.

Muitos sorrisos, sorrisos sinceros, de quem vislumbrara grandes obras, ao lado de pessoas que, realmente, valia a pena estar.

"- Rafael!!!" - Maria gritou...
Sem sucesso...

Até que, chegando mais perto, a mesma grita, mais alto...
"-Rafael!!!!!"...
Assustado, eu e Karina olhamos para trás...

Ela nos seguiu, ela nos chamou!
A garota tem uma puta inteligência em pleno 8 anos de idade, e diz que tudo é uma 'graça'...
Uma graça mesmo! rs

Voltando do fim, sentados, fatigados, estrupiados, perto da administração, buscávamos água, primeiro Maria, depois Karina, por fim, eu...o mais atrapalhado, diga-se de passagem...
Tomei um Dorflex, sempre sinto dores de cabeça quando piro com a galera...rs

Andando de volta, de trás para frente, ou de frente para trás, tanto faz, sei que, a cada mausoléu, cada enigma, cada vida morta, cada folha em que pisávamos, tudo fazia sentido, tudo se encaixava, a harmonia aperfeiçoava-se mais e mais, assim como Just Like Heaven, do The Cure, música cuja qual saúda meus ouvidos neste instante.

"-Aqui está Tarsila do Amaral"- proclamou um gordinho, enquanto procurávamos por esta grande pintora. O gordinho é apenas um coadjuvante nessa história, mas devemos convir que foi importante e até engraçado quando foi questionado sobre a localização do túmulo...
Eu disse: "-Ela está ali?!" -
O gordinho respondeu: "-Bem, ela não, mas o corpo está...!"
E claro, eu sorri, ironicamente e citei: "ainda bem, né? Veja gente ele fez uma grande descoberta!"
Foi por aí..

Daí, a frustração..
Eu, Karina, Tatiane e Maria, ansiosos por este momento, nos deparamos com um túmulo EXTREMAMENTE discreto cujo qual, estava cheio de nomes, e no 2º nome de cima para baixo à esquerda escrito "Tarsila do Amaral (Pintora)"...
Nós 4, perplexos, e fatigados, olhamo-nos por volta de 5 minutos, desacreditados, murmurando "- Porra, é essa a homenagem que ganha uma grande pintora como esta??!"
Mas, enfim...depois de muita procura, foi o que achamos, ao menos, o nosso orgulho estava lá em cima.

Com isso, chegando ao fim da nossa grande tarde, avistamos novamente o grande mausoléu do Conde Alexandre Siciliano, só que dessa vez tínhamos mais duas excelente companhias p´ra testemunhar também este momento.

Assim, conforme andávamos, Tatiane, uma mulher incrível, inteligentíssima, que eu não entendia como sabia tudo aquilo, fazia citações incríveis sobre a Marquesa de Santos, cuja qual, só foi considerada Marquesa, pois este título lhe foi cedido por D. Pedro I, cujo qual era amante da Marquesa, que por sinal, começara como cortesã. Segundo Tatiane, a burguesia, mas principalmente as mulheres que faziam parte desta última, ficavam loucas de raiva pelo fato de que, uma mera cortesã, uma acompanhante apenas, ganhara o título de Marquesa de D. Pedro I, e tinha um grande poder.  Tatiane também cita mais fatos importantes sobre Domitila (Marquesa de Santos), cuja qual foi responsável pela inauguração do Cemitério da Consolação. Enfim, nada mais justo do que visitar o túmulo desta importante figura, não?
Tatiane nos informa também sobre Moacir de Toledo Piza, que passando por cima, a história nos informa ter sido um advogado da turma de 1915 da Faculdade de Direito. Moacir que, por sinal, matou-se com um tiro, numa noite, dentro de um táxi, após matar Nenê Romano, mulher com a qual o mesmo teve um caso de 2 anos.

Regredindo, temos ainda o momento em que nos deparamos com Tatiane e Maria. Eu e Karina, entusiasmadíssimos pelo o que acabara de acontecer, que a frente vocês verão, vemos, mãe e filha, andando, e uma garotinha, de 8 anos mais ou menos, bochechudinha, feliz da vida em questão daquelas obras de artes, e questionando cada vez mais: "-Mãe, este é de quem?!", "- Mãe, olha aquele, olha este!"...
Uma verdadeira graça, assim como ela dizia...
E nós...Karina e eu, ficamos ali, estáticos, olhando aquele momento de raridade juvenil, um verdadeiro marco, que é desprezado por esta sociedade de babacas, sendo valorizado tão incrivelmente por uma garota de 8 anos...
Nada mais justo do que socializarmos, não?!

Assim, regredimos, ou, continuamos..rs, avistando o grande mausoléu da família Conde Matarazzo, o maior mausoléu da América Latina, e antes disso encontramos o de Campos Salles, mais discreto obviamente, que o dos Matarazzo, porém não deixando nada a desejar, mas é nele que sentamos um pouco, tiramos uma foto, e fumamos alguns cigarros. Karina e eu, quando localizamos o mausoléu dos Matarazzo ficamos perplexos, segundo Karina, eu até ajoelhei...mas enfim, nenhuma palavra que eu possa postar aqui vai definir a minha sensação quando avistei aquele mausoléu pela primeira vez após ter conhecimento. Já havia visto em 2008, porém o conhecimento abre portas, o conhecimento abre horizontes, o conhecimento abre a mente! Com certeza, Karina não consegue definir também como se sentiu, fomos do frio ao calor, do tudo ao nada, do nada ao tudo, do fogo ao gelo em 5 minutos, viajamos, e sim, tiramos fotos (me processem)...

Regredindo, Karina e eu temos o nosso segundo momento mais intenso, com relação ao diálogo, juntos, e sentados no fundo do cemitério, conversamos sobre leitura, filmes, e principalmente religião. Sobre Jesus Cristo, sobre ateus, sobre cristãos, sobre ateus mal-intencionados, sobre cristãos mal-intencionados, como a vida fácil para alguns pode ser o maio problema, e assim foi, o vinho já estava quase no fim, porém os cigarros não, e assim conversávamos cada vez mais intensamente, e geralmente os nossos diálogos são de veras, de sair faíscas. 

Com o vinho mais cheio, voltamos ao quase ponto de partida, onde estávamos ainda assim deslumbrados com toda a beleza que aquele cemitério nos fornecera, conversando sobre protestantismo, catolicismo, e a diferença de túmulos daquela época, conversando sobre os belos bustos que estavam à vista, conversando sobre tudo e todos, sobre nada e ninguém, só pelo prazer de um ouvir a voz do outro ao meio de tanta beleza, bebendo aquele vinho, que na ordem do texto vai ficando mais cheio conforme se aproxima do final, ou podemos dizer princípio. 

Com o vinho cheio, estamos praticamente no início de nossa jornada, encostados em um mausoléu, que de veras, devem ser de japoneses. Acabamos de abrir o vinho, e já fumamos alguns cigarros, a nossa conversa tem seu real ápice. Conversamos sobre tudo praticamente, desde futilidades até grandes figuras públicas. Sobre a crença do povo e a descrença do mesmo, hipocrisia dos mesmos, burrice e afins, algo que de veras tocou nossa alma, não só por esses pontos negativos, é que conseguimos ter grandes ideias, e até soluções para certos problemas, afinal não falamos apenas de problemas, e sim do tesão que dá você escrever, você ler algo que gosta, você escutar algo que te arrepia, enfim. E temos convicção de que, a harmonia perfeita, no clima quase perfeita, no lugar certo, foi que nos deu a plena aptidão para que pudéssemos discutir tudo isso da forma que foi, posso colocar aqui qualquer palavra, porém, novamente, não há definição para aquele momento, logo todos os grandes e profundos textos, são incompletos, devido a ausência de palavras cujas quais, possamos definir estes grandes momentos.

Por fim, ou no início, se podemos colocar assim, chegamos ao Cemitério da Consolação. Eu, cheio de esperanças e lembranças, afinal, há 3 anos e meio não ia para lá, e na ocasião que fui, foi de veras muito feliz, e a Karina, que nunca tinha ido, curiosa, e inicialmente, podemos dizer, maravilhada.
Chegamos com vinho, cigarros, e folhetos, que, por sinal, a Karina zoava, dizendo que eram Flyers de balada, e eu complementei a zoeira citando que os escultores dos túmulos eram os divulgadores (que nojo dessa raça!!).  E assim, fomos à administração, onde carimbaram esses folhetos, devido a questão da faculdade e horas complementares, e assim começa, ou termina um dos passeios mais incríveis que já dei a um dos lugares mais incríveis que existem.


"A verdade que tentei demonstrar não encontrará fácil aceitação. Se assim não fosse, de há muito estaria em vigor e nunca teria sido encoberta. Mas ela encontrará amigos tais, que lutarão por ela, sofrerão por ela, e se necessário, morrerão por ela. - Tal o poder da verdade".

Henry George, homenagem da cruzada anti-inflacionária brasileira. 28/02/1983



Créditos: Karina Jordison, Tatiane, Maria e Popó.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Superioridade

Viver de música...

Isto o faz esquecer do mundo, de sua maldita dimensão...
Ele flui, ele se eleva, ele viaja!

Sem aquele clichê do qual me envolvo facilmente que é deixar a mente me levar, e citar coisas subjetivas e indecifráveis aqui...
Mas, o que devo citar?

Que talvez a música me faça viver?
Que é meu combustível?
Minha motivação incondicional?!

Culpado, culpado!

O lugar ajuda muito, mas não se torna necessário, uma vez que, sob o poder do som, posso estar em todos os lugares, como posso estar em lugar nenhum.

A paixão pelo gothic, pelo industrial, pelo indie, e até em parte pelo metal, já seduziram minha alma, e movem minha vida...
Não consigo explicar o que eu sinto e o que eu acho em palavras..
Pois todas as palavras do mundo não conseguirão definir quão intensa é a sensação...

Um brinde à verdadeira música, que me faz viver, que me domina, e que a domino. Faço dela minha linha cognitiva, meu elemento de fé, minha eterna oração. (não tô citando baboseira religiosa aqui, e nem músicas afins)

Só não entendo como um indivíduo consegue ouvir pagode, funk (se é que este bagulho tosco e fedorento pode ser chamado de música), e baboseiras do tipo. Em resumo, tem que ter merda na cabeça, não é?

Serei radical, e generalizarei pela primeira vez!
Logo, por escutarmos o que escutamos, por saber de onde provém, por conhecer, e principalmente por sentirmos o som, somos superiores a esses vermes que escutam algo por modismo...!

Não envenenem a boa música, raça maldita!
Música é o que define teu caráter, logo, imagine o caráter de pagodeiros e funkeiros...rs

Escuto o que gosto pela sensação, pelos arrepios, pela paixão, e não por sentir uma excitação proveniente de um estilo musical que faz apologia ao sexo excessivo, drogas, roubo, e pedofilia.
Ao menos essa raça escuta um tipo de música a altura deles..
Engraçado como tudo é proporcional, não é? rs

Podem continuar nessa merda, raça inferior, mas dá uma diminuída no índice de paridade, tá? rs

Not Enough!

Ilusão Aplicada à Vida Moderna

...É, moderna...errrgh! rs...

Enfim, da dor nasce a bela arte, aprendo isso desde que segui nesta estrada. Dói. Mas não só na estrada da arte, como na da vida.

Sentir-se núcleo da peça, e descobrir que você é apenas mais um figurante, creio que todos já se sentiram assim, mas só os meus verdadeiros amigos entenderão..

Não venho aqui me vitimar, mas não serei hipócrita e me simbolizar como sendo uma fortaleza, isso é tolice, encarar seus verdadeiros problemas torna-se necessário, mesmo que isso vá doer.

Ser esfaqueado pelas costas, esfaquear pelas costas, viver...
Doloroso e ilusão são as palavras nucleares nessa merda aqui!
Assim como não temos o direito de fazer com que os outros conjuntos de vísceras que chamamos de pessoas sofram e sejam enganados, e me arrependo, mas já o fiz...esses outros não tem o direito de fazer o mesmo conosco..

Mas, vamos convir que, o que dói mais é você sentir-se o controle da situação, desde que começou, e descobrir que você é que está sendo controlado, por um falso jogo. Um jogo de mentiras, de sentimentos porcos, destinados e controlados apenas pela libido.

Seu mundo cai, amigo...
Seu mundo cai..

E até os propriamente mais orgulhosos cairão...
Assim como já caímos.

Isso não é auto-ajuda não, e por sinal abomino este tipo de leitura fraca e ridícula, mas quem se levanta novamente é que realmente pode bater no peito e dizer, 'Superei', não que isso vá te fazer melhor que os outros, mas fará bem para você.

Infelizmente o humano é demasiado dependente, e um fator extremamente necessário para uma possível melhora é ter pessoa verdadeiras ao lado. Difícil, não?

Mas, voltando ao foco. O que vemos mais nitidamente no mundo, hoje, é como somos enganados, como somos pisados. Mas não discuto aqui o fato consumado, e sim o terror psicológico que é: ser pensado que se estava no controle, e descobrir que tudo foi uma ilusão. A época mais incrível da sua vida, não foi a mais incrível, a vontade de desabar vem à tona, e você se sente enforcado.

Cuidado com quem tu se envolve, e não se entregue totalmente a um sentimento.

Logo, para viver bem, você tem de ser desumano.

Nostalgia





Bem, por onde começar, não é???
'Um dia você vai mudar o mundo...'
Sim, já começo com a primeira frase que me veio à cabeça do filme 'O Homem do Futuro', cuja qual, a mocinha do filme diz para o rapaz, que por sinal, pensa que ela o estraçalha em seguida, intencionalmente (...)


Esse texto estava sendo moído, remoído e mais uma vez remoído na minha mente...e eu não conseguia colocar no papel em questão de desgaste físico e mental, que o trabalho e a rotina me preoporciona, mas hoje consegui burlar o sistema...na minha folga. Que fiasco!


Sabe quando sensações bobas, nos lembram momentos passados??
É incrível, não que seja bom viver de nostalgia, uma vez que esta, em sentido demasiado e sem limites, faz a sua vida virar uma cópia de uma cópia, de uma cópia. (- Oi, Jack)...Enfim, em sentido hiperbólico esta faz você sentir falta de um momento, e futuramente a este último momento sentir falta do momento em que você sentia falta, e assim sucessivamente. Um ciclo ininterrupto, assim como a minha escrita, a literatura do ID, tudo fazendo o mundo girar, não tendo um fim, você pensando em algo, e  colocando no papel, colocando o porque daquilo, e colocando o porque do porque daquilo..e um 'basta', torna-se necessário, e não muito diferente, temos de fazê-lo com a nostalgia.


Mas cheguei no estado máximo, e, vamos dizer, vivenciei basicamente o sentir falta do tempo que eu sentia falta do tempo em que eu sentia falta, não parava, tornava-se um vício. Com relação a tudo, sabe?


Porém, nem tudo foi pedaços de inferno no meu mundo cômico. Senti de perto o sentido corporal e físico até que me lembrava nostalgia, e gostei disso. Por exemplo, uma simples gripe, traçava-me à 2008, cujos tempos fiquei muito mal, e senti novamente aquelas sensações, e paradoxalmente, achei gostoso, aquele ardor entre o nariz e os pulmões, o próprio nariz entupido, o gosto e a sensação da coriza. Doentio, não? rs
Não!
Para de ser moralista um pouco! Até os mais insensíveis chegam ao ápice da sensibilidade, basta olhar inteligentemente para si mesmo!


Todavia, o limite torna-se, mais uma vez, necessário, uma vez que o passado jamais voltará, e pela primeira vez, cheguei ao equilíbrio depois da tempestade. Foi difícil, mas cheguei.
Chega de ser dependente? Impossível novamente, porque até o ser mais independente é extremamente dependente de algo, senão dos outros, de si mesmo, e acho que é um dos meus maiores problemas. Não poder contar consigo, muitas vezes faz falta, mas vamos e venhamos (Né, Nagy?!) melhorei muito após algumas porradas, e percebi que envergonhar-se do passado é uma grande perda de tempo.


Não entrarei no tema do próximo texto, mas de veras, perceber que a sua realidade nem sempre é universal é um dos mais demasiados golpes da humanidade. Sentir-se acerca de tudo aquilo, quando se achava o núcleo. Dói, entende? (Edsooon) hahaha, subjetividade, oh, subjetividade, o que seríamos sem você?! Pena que a maioria da sociedade ignora você, ou seja, ignoram a si mesmos, e pregam a moral como se fosse algo universal e único. Um desperdício, uma catástrofe.


Voltando ao tema, uma música, um ato, um filme, uma palavra, uma dor...tudo te eleva ao passado, perceba!! Nostalgia em alto e bom som, em clara e contrastada visão, em puro e intenso sentimento!
Claro que tomar cuidado com tal sentimento é necessário, senão você pode até se matar, mas se este for, necessariamente, manuseado com cuidado, dá para interagir com o mesmo, e voltar SUBJETIVAMENTE a outros tempos.


Antiguidades, santas antiguidades!
Modernize, modernize!!!
Apenas isso é ouvido pelos vazios!
Apenas isso importa aos superficiais!


Falta tesão p´ra viver em um mundo assim, onde tudo é modernizado, onde o antigo torna-se sem valor, onde até as mentes se modernizam, e se apodrecem!
Não que a modernidade não traga consigo coisas boas...mas assim como tudo na vida, deve ser traçado um limite, e uma linha a ser feita.


Eu gosto do velho, do cheiro de mofo, daquilo que já foi lido, relido, e lido novamente, páginas amarelas de velhice, fotos preto e branco, e no mais, de tudo que já foi, e que ainda está. Destruído quase, porém está!


Isso me anima!
...e não esse lixo industrial e resultado de propagando, que nos fazem engolir!


Tenha personalidade, maldita criança!
Tenha personalidade, por que você unicamente cresceu corporalmente! Sua mente ainda é um feto!


Tudo que é antigo morre??!
Não para mim, amigo, não para mim...


Despadronizei a porra toda, não é? rs..


Se você olhar direito, verá que tudo corre acerca da própria nostalgia, valorizando esta, de forma não excessiva, mas intensa.


I´ll Back.