sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ensaio Sobre o Corpo

Estrutura material perfeita, funções completas, complexas, inatingíveis. Eis o corpo, que tem como complemento a motricidade...bela motricidade, fazendo assim nos libertar da massa, tanto corpórea quanto coletiva. Eis o grande diferencial, aquilo que te move, que faz você ser, sentir, ouvir, ficar, interpretar...tudo e todos, um fôlego, uma vida, um minuto.
O que dizer sobre essa carcaça cheia de carne que nos engloba? Bem, a definição mais perfeita é o termo...prisão móvel. Nos engloba, nos sustenta, nos prende.
O corpo, ao mesmo tempo que é o veículo, é a prisão. Ele nos conduz, porém, nos mantem presos dentro de uma camada cheia de cobiça, desejos fúteis, necessidades importantes e banais. Troca justa? Não acho. Novamente há uma castração. O corpo acaba, e quem fica? Quem fica? Sem o corpo, ou com uma estrutura talvez mais leve, tudo seria diferente.
Chegamos enfim, À questão do sobre humano, que deve ser citado como o humano que renuncia à todos os instintos fúteis da carne, sejam sentimentais ou físicos, ou seja, um ser inatingível.
Logo, a vida é injusta, pois nos coloca dentro de uma estrutura falha e limitada.


Logo, duvido que tudo acabe aqui.


Beleza = nada.

Fusão






Desânimo, o mais puro e intenso desânimo. Ter milhões ao teu lado e se sentir sozinho. Carregar tua cruz, a cruz imposta pelo mundo...pela vida. A vida é uma prisão perpétua, gostaria que tu pensasse nisso. Olhar para o lado, não ter ninguém, olhar para o outro...e ter menos ainda, o passado te impulsionando a fazer coisas que, na tua condição atual, não são nada plausíveis.
Esse desânimo é tão mórbido que tu se desanima até ao ver as pessoas que tu razoavelmente curte. Ao olhar para o passado tu sente frio, solidão, náusea, e principalmente...tristeza. Quanto tempo perdido! Em pensar que já fomos felizes, não é? Novamente cito o eterno niilismo, o tudo e o nada ao mesmo tempo, o tudo de tudo é traduzido no final como o nada de nada. Afinal, o que sobra no fim? Como diria Donnie: 'Eu só quero entender tudo no final'. Sinceramente acho que é o que nos resta, o bem mais valioso que se pode ter. Apenas isso, apenas espero o simples entendimento, uma vez que as perspectivas vitais são tão...tediosas e patéticas, ao menos na tua e na minha condição.
Eu entro em uma censura involuntária, mórbida. Preciso sair desse ciclo vicioso que a minha escrita e a minha vida se tornaram.  O 'plano divino' é um plano maligno, do qual te faz sofrer mais do que se estivesse com lepra, uma castração inteligente e sentimental, te subestimando...te reduzindo ao pó.
Ao menos, ainda assim, algumas pessoas fazem com que isto aqui ainda possa valer a pena, e amigo, sei que parece óbvio, mas o que permanece é aquilo que é real dentro da tua realidade, ou seja, o contrário absoluto de niilista. E vamos convir, em solo niilista, achar algo real é no mínimo raro, e digo mais...alcança até camadas do surreal dentro da realidade.
Essa dimensão é realmente tediosa, onde teu corpo, tua carne, teu sexo, teu ar não valem nada, assim como tu, assim como acerca de ti, assim como o universo comum, pensado aos pensamentos dos leigos. É exatamente neste ponto que entra a necessidade de um universo paralelo, um eu, e um mundo, onde seja habitado apenas por poucas e reais coisas e poucos e reais sentimentos. Um universo onde tu se fecha, e quem te entender...meu amigo, estará ao teu lado para toda a maldita eternidade, não duvide. Eu sou um felizardo por ter pessoas no meu próprio universo, pessoas que estão dentro de mim, vivendo num universo paralelo e próprio, que me elevam a outra dimensão, onde eu sou visto por aquilo que sou, e não por aquilo que aparento.
E o principal, estas pessoas me dão abertura ao universo delas, me mantendo assim paralelo ao universo paralelo delas...e essas pessoas se mantêm também paralelas ao meu próprio universo...havendo assim a grande fusão entre universos...ATRAÇÃO.
Não são só pessoas assim que contêm universos adoráveis, mas também...músicas e filmes! Se fundindo com a pseudo realidade do niilismo, elevando assim o surto, finalmente aquela realidade que vale a pena acontece, fundindo-se com pessoas que amamos, filmes e músicas...nos mantendo num universo...finalmente feliz, fazendo-nos suspirar de prazer, querer viver dentro de uma realidade fundida com sonhos e fantasia.
Sair da realidade patética é, sem dúvida, a maior dádiva que podemos obter, olharmo-nos como milhões de universos, estar cercado assim, por universos inexplicáveis...estar suscetível a isso...à sua própria alegria! E não mais ter aquela visão comum de ser humano, cercado por carne, e miséria!
Nessa existência patética, fico feliz apenas pelo universo mental, que é o mais amplo, abrangente e livre possível, e este nos dá a opção, talvez a única em vida, fazendo jus ao livre arbítrio, de poder viver desta forma. O livre arbítrio, por fim, se resume a este detalhe, uma fusão entre realidade e fantasia, dando origem ao teu sonho...ao teu sempre sonhado...eu.